“Eu sei em quem eu acreditei…”(2Tm 2,12)

Queridos internautas! Paroquianos, romeiros e amigos! Desejo de coração que a paz e o amor do Senhor Bom Jesus esteja no seu lar, na sua vida, no seu coração e na sua família!

Iniciamos mais um Tempo na Liturgia Católica. Em cada início somos tocados a renovarmos a nossa confiança e esperança no Senhor!  Pois, é do Senhor que vem toda a força que precisamos para continuarmos caminhando com passos firmes e seguros!

Com a celebração da quarta-feira de cinzas, os católicos de todo o mundo iniciam um novo tempo em sua liturgia, a Quaresma, cujo período é marcado por um exercício, à luz da fé, de penitência, jejum e caridade. A penitência é a expressão do desejo que os cristãos têm de conformarem a vida com a vida de Cristo, o Bom Jesus. O jejum tem o valor pedagógico de autocontrole de nossos impulsos e a caridade resume a lei do Evangelho que ressalta sempre o amor a Deus e ao próximo como a nós mesmos. 

Com a Quaresma, os cristãos querem melhorar a sua vida cristã, tornando-se mais fecundos nos deveres e compromissos próprios de quem se declara seguidor de Jesus Cristo e de sua Palavra. 

Nestes dias reli e pensei muito sobre um mito que fala de uma ave do Egito antigo, que seria maior que a águia e que viveria muitos anos. Segundo a tradição lendária, esta ave pressentia quando estava chegando o seu tempo de partir. E aí, ela preparava uma fogueira ou era queimada pelo sol. Depois de queimada, de suas próprias cinzas, ela ressurgia para uma vida nova. Alguns a chamavam fênix ou pássaro do fogo. Havia também quem atribuísse ao sol o nome de fênix, acreditando que em cada por do sol, o mesmo era devorado para reaparecer com força ao nascer de um novo dia. Seja como for, a verdade é que este mito da fênix traz ideias muito interessantes, sobretudo a respeito da longevidade e da capacidade de renascer das cinzas, acenando para uma vitória da vida sobre a morte.

Ao recebermos as cinzas, no início da quaresma, num dia de jejum e abstinência de carne, ouvimos a seguinte e eloquente frase: “lembra-te que és pó e ao pó voltarás”. Este anúncio não nos proclama a morte como derrota. Voltar para o pó não é a morte total da existência humana. Voltar para o pó, significa voltar para o ômega, autor e princípio da vida. O Senhor é o nosso alfa e ômega, começo e fim. Dele viemos e para Ele voltamos. Este “fim”, será marcado por um “não-fim”, pela eternidade, onde a criatura se reencontrará com o criador, o filho com o pai, o homem com Deus. Passar do mito para fé é exatamente renovar a certeza e a esperança de que a morte jamais terá a última palavra sobre nós. Deus é vida! Vida que vence a morte! 

Caminhemos nesta Quaresma, confiando nossa vida também à intercessão de Maria, Mãe de Deus e nossa mãe! Que o Manto Sagrado do Senhor Bom Jesus continue cobrindo e protegendo a todos nós!

Pe. Silvio Andrei Rodrigues

Pároco – Santuário Diocesano do Senhor Bom Jesus

Pirapora do Bom Jesus – SP