“Vinde a mim, vós todos que estais cansados e abatidos e eu vos aliviarei” (Mt 11,28).

Queridos internautas! Irmãos e irmãs!
Faz poucos dias que mais uma família passou a viver o “calvário” a partir
de uma tragédia inenarrável. Uma linda jovem de vinte e cinco anos, a caminho
da Faculdade, entre as cidades de Salto e Itú, indo para a aula no curso de pós-
graduação em Psicologia, sofreu um grave acidente automobilístico e não
resistiu, falecendo horas depois do acidente. Durante o velório e o
sepultamento chovia, parecendo que o Céu chorava em comunhão com os pais,
a irmã, o namorado e uma multidão de familiares e amigos.
Durante o velório desta jovem, filha de um casal saltense muito amigo,
contemplando o seu corpo estático naquele caixão, fiz uma viagem no tempo e
me recordei das muitas vezes em que nos encontramos, falamos, brincamos,
rezamos e rimos juntos. É incrível esta mudança abrupta do estar em
movimento para o tornar-se estático. De certa maneira, consciente ou
inconscientemente, repetimos o desabafo de Marta para Jesus, quando ficou
sabendo que seu irmão Lázaro tinha morrido. “Senhor, se estivesse aqui meu
irmão não teria morrido”.
Depois de rezar com a família e com os amigos fiquei observando a família e os
amigos com empatia no coração. Ouvi a mãe dizer: “que dor é essa?”. E outra
mãe, que há anos atrás sepultou um filho de onze anos, do qual me lembro
bem, dizendo: “a morte nos tira o chão, mas, Deus nos dá o Céu”. Que dor é
essa? Acredito que seja a maior dor do mundo, quando os pais sepultam um
filho, e ainda mais, quando este filho está na flor da juventude e com saúde de
ferro.
A morte traz a dor, o sofrimento, a saudade, o sentimento de impotência e
derrota. Mas, por outro lado, a morte traz também a solidariedade, o afeto, o
amor entre as pessoas, a amizade e, até mesmo, em muitos casos, o resgate da
fé. Pessoas que nem imaginamos, surgem à nossa frente oferecendo seu ombro
amigo, sua mão estendida e seu coração aberto. Recebemos abraços fortes com
gosto de eternidade. À luz da Sagrada Escritura, cremos que a morte não coloca
um ponto final na nossa existência porque, a morte é uma “não-morte”, é uma
passagem, um nascimento para uma vida nova, que chamamos de vida eterna!
A vida é muito breve, por isso devemos viver bem cada dia, vivendo intensamente o tempo que Deus nos concede. Enquanto estamos aqui neste mundo, nos abracemos mais, nos visitemos mais, nos olhemos e nos amemos mais.
Que o Senhor Bom Jesus, continue abençoando a nós e a nossa família!
Pe. Silvio Andrei Rodrigues
Pároco do Santuário Diocesano do Senhor Bom Jesus
Pirapora do Bom Jesus – SP